quarta-feira, 6 de abril de 2011

Nova geração!



Estou ficando velho! Foi essa a conclusão que tive de minha pessoa por esses tempos.

Percebi que não suporto crianças que parecem ter sido programadas para certas atividades. Lembro-me de minha velha e querida infância, onde eu brincava na rua de esconde-esconde, garrafão, cuscuz (foto), bola de gude, pista de tampinha... Vixe! Esta página seria pouca para descrever as brincadeiras. Bem, mas eu achava que eram brincadeiras saudáveis, que apesar de algumas brincadeiras parecerem violentas, não me causaram nenhum trauma. Será que hoje eu estou vendo que eu não passava de um retardado, que estudava pouco?

Com a aceleração da vida contemporânea, os pais têm que trabalhar e deixar o(a)(s) filho(a)(s) ocupado(s) o dia todo, com escola, internet, cursinho de inglês, internet, curso de computação...

Talvez isso seja um sentimento ruim de inveja que eu sinto, mas não acredito que essas crianças sejam realmente felizes. Sei que não sou dono da verdade, nem sei o que qualquer pessoa realmente sente, aliás, ninguém no mundo sabe o que outra pessoa pensa realmente, mas isso é assunto para outra postagem. Bem, voltando... Acho que essas crianças podem não ser felizes, porque os (ir)responsáveis acabam fazendo uma pressão psicológica muito grande nelas. Acabo vendo crianças muito maduras em determinados pontos, porém completamente imaturas no quesito de sentimentos. São crianças inteligentes em conceitos acadêmicos, ou em habilidades físicas com instrumentos, ou em qualquer coisa que a destaque. Precisamos “fabricar” um filho!

Por isso, quem acaba me enojando são os “adultos” que fazem a lavagem cerebral na criança, mostrando o quanto ela é especial, uma criança de cinco anos! De tanto esses “adultos” bajularem a pobre criatura, ela acaba acreditando que é a única “especial” e, pela falta de maturidade (que se adquire com experiência), acaba achando que o mundo gira ao seu redor, fazendo com que ela perca o brilho de uma ‘criança’ (de verdade) com habilidades especiais e passe a ser uma criatura arrogante que irá se decepcionar, mais cedo ou mais tarde, com a falta de atenção que os mesmos “adultos” começaram a lhe dar.

Emissoras de televisão são responsáveis por isso. Programas de auditório que forçam uma criança a ter perfil de adulto e uma platéia que não passa de macacos retardados alienados, que além de baterem palmas para qualquer coisa imbecil, ainda tem que esperar um “animador de auditório” (nem sei se é esse o termo correto) mostrar aos macacos a hora “correta” de aplaudir. Aliás, não posso ofender nossos colegas primatas! Porque essa “platéia”, que mais se classifica como “massa” acéfala, está abaixo do nível de nossos amigos. Temos ainda também os meros Civis que assistem ao programa em casa, achando “linda” aquela aberração. Ah! Vá...

Não sei quem é pior: as emissoras que investem na situação, a “massa” televisiva, os pais adestradores, o escritor de tal postagem, ou ambos (?). Por que, como mencionei anteriormente, pode ser algum sentimento de inveja, ou algum trauma adquirido pela brincadeira do cuscuz... Não sei! Só sei que o mundo está ficando cada vez mais artificial e doente!

Sou a favor de admirar e incentivar aquilo que o ser humano faz de melhor, mas de uma forma que não transforme a mente deste cidadão em única no mundo. Estude, treine, aprimore suas habilidades, mas lembre-se de que não importa o quanto você seja bom, a verdadeira admiração por uma pessoa vem de suas técnicas aliadas à forma em como você é realmente como SER humano.

5 comentários:

  1. Muito bom. Falou o mesmo que eu penso.

    Massa mesmo.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Bacana, Marcos. Queria acrescentar algumas informações e opiniões:
    Info - é natural da idade (em torno de 5 ou 6 anos) que a criança se sinta o centro das atenções (e queira sê-lo), devido ao próprio convivío dela que ainda é, em maior parte do tempo, com os pais (digo isso porque tenho um filho de 6 anos); e
    Opin - pelo menos os pais poderiam ensinar algo de interessante, não ficar simplesmente essas merdas passageiras que a mídia produz. Sacanagem! Deturpação mental infantil!

    Abraço

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  4. Penso da mesma maneira que vc Marcos. Muito cuidado ao "fabricar" um filho, ele pode se transformar na aberração de amanhã!

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