“Fake” é um termo utilizado nas redes sociais para definir um perfil, de qualquer programa, que é utilizado sem qualquer informação concreta do usuário, como um perfil falso.
A postagem anterior, com o título “quer dar uma chupada na minha barba?”, fez-me refletir em alguns pontos, como: mercado de trabalho, senso comum e em como nos adaptamos na sociedade comum do capitalismo, ou seja, nossa realidade e cotidiano. Com isso inquietou-se, ainda mais, uma indagação em mim: eu sou “fake”?
Vou utilizar meu exemplo sobre o ser “fake”. Estou trabalhando na educação e, em meu ambiente de trabalho, trajo-me de forma completamente diferente dos eventos de Heavy Metal que participo, porém, sinto-me extremamente confortável: vestido em gola pólo e calçado em sapato (quase) social no meu ambiente de trabalho; e com minhas camisetas de bandas de Metal extremo e coturnos nos eventos do tal estilo. Eu iria sentir-me completamente incomodado caso ocorresse o inverso. Nesse caso, estou “não sendo eu”? Estou sendo falso, hipócrita, “fake”? Mas eu me sinto trajado adequadamente (em minha humilde opinião) em meu ambiente de trabalho, de forma em ser eu mesmo; da mesma forma nos eventos musicais que gosto, a exemplo do Heavy Metal classificado como ‘extremo’, que são os estilos Death e Black Metal. Não me sinto sendo “fake”, faço as duas coisas com imenso prazer, mas para algumas pessoas (com viseiras) parece que é uma coisa impossível.
Voltando ao assunto do segundo parágrafo (sobre a postagem “quer dar uma chupada na minha barba?”), sei que o título causa uma repulsa logo de cara, lógico! Ele foi feito com esse objetivo! Mas o fato é que (eu sei) que alguns colegas vêem meu blog como uma coisa que “um professor de agricultura” não deveria fazer. Porém um blog, a meu ver, é um local destinado ao entretenimento, não a minha profissão.
Essas questões podem parecer infantis, sem embasamento teórico ou até ser certa revolta por algum comentário direto de alguém (esse último não ocorreu, acredite!). Mas, esses questionamentos me atiçaram por que fiquei sabendo (por um canal televisivo) que empresas estavam determinando a contratação de empregados observando os perfis dessas pessoas em sites de relacionamento na internet. Então isso quer dizer que tenho que ser ‘profissional’ em um site de entretenimento, onde eu não estou em meu local de trabalho? Tenho que ser ‘profissional’ para falar com meu amigo de infância, que me trata de forma íntima? (Por vezes, os comentários desses amigos estão recheados de palavras de baixo calão, porém isso é uma forma de amizade que tenho com “aquela” pessoa em questão, não confunda com o tratamento dado a você!). Voltando aos questionamentos: tenho que ir vestido de gola pólo e calçado em sapato social para o show da Crematorium, porque meus estudantes irão ver o show e “podem julgar como algo violento” ou não adequado para um professor?
Essa postagem acabou servindo mais como um desabafo sobre algumas indagações que tenho, tanto é que acho que foi a postagem com mais interrogações.
Muito obrigado pela enorme atenção!
Atenciosamente,
Marcos Cafezado.